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sexta-feira, 7 de fevereiro de 2014

Sebastião da Gama




Sebastião da Gama nasceu na Vila Nogueira de Azeitão, em 10 de Abril de 1924.
Aí fez a escola primária e depois repartido por Lisboa e Setúbal fez o Liceu.
Aos catorze anos, é-lhe diagnosticada uma grave doença: tuberculose óssea.
Devido a esta doença, a família, por aconselhamento médico, muda-se para o Portinho da Arrábida.
E é ali, na Arrábida, naquele verdadeiro templo da natureza, todo ele impregnado da memória poética, mística, de Frei Agostinho da Cruz que ali professou por volta do ano de 1560 e ali viveu em isolamento por mais de 60 anos.
Figura excelsa a de Frei Agostinho da Cruz, quase divina que foi, verdadeiramente, o S. Francisco português e também o nosso primeiro ecologista: até as pedras amava!
Vejam só este pequenino verso dele:
Antes que desta praia hoje me abale,
A fera amansarei, o duro seixo
Ousarei abrandar, farei que fale!
É ali, na Serra da Arrábida, naquele reino do silêncio e da contemplação que o jovem Sebastião da Gama vai despertar para a poesia e se vai converter devotamente ao catolicismo até ao fim da vida.
Amava aquilo … e muito cedo começou a cantar aquelas gentes e aqueles caminhos como se pode ver no primeiro livro que publicou: “Serra Mãe”.
Feito o Liceu, Sebastião da Gama, então com dezoito anos, matricula-se na Faculdade de Letras, de Lisboa. Em 1947, com vinte e três anos, licencia-se em Filologia Românica.  E sai o seu segundo livro: “Cabo da Boa Esperança”.
Acabado o curso, é colocado como professor em Setúbal onde começa a escrever o seu “Diário” obra, ainda hoje, de leitura obrigatória para quem quer ser professor, onde nos diz: “para ser professor, também é preciso ter as mãos purificadas. A toda a hora temos de tocar em flores”.
No ano escolar seguinte é colocado como professor em Estremoz. Publica o seu terceiro livro: “Campo aberto”. E casa-se com aquela que é sua apaixonada desde a adolescência como muito bem pudemos ver nas mais de cem cartas que estão publicadas.
Parece que tudo está a correr bem, no entanto, sete meses após o casamento, no dia 7 de Fevereiro de 1952, vitima da doença que desde os 14 anos o perseguia, morre o autor de: “PELO SONHO É QUE VAMOS”. Tinha vinte e oito anos.              
José Silva 

Pelo sonho é que vamos


   
Pelo sonho é que vamos,
comovidos e mudos.
Não chegamos?
Haja ou não haja frutos,
pelo sonho é que vamos.
Basta a fé no que temos.
Basta a esperança naquilo
que talvez não teremos.
Basta que a alma demos,
com a mesma alegria,
ao que desconhecemos
e ao que é do dia a dia.
Chegamos? Não chegamos? 
- Partimos. Vamos. Somos.
(Sebastião da Gama)
Novelas, 7 de Fevereiro de 2014



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